Texto originalmente publicado no blog Boteco do Esporte, da agência DuoSport. Você pode lê-lo aqui.
Há alguns meses o Barcelona não é o mesmo. Perdeu a
Supercopa da Espanha, tem passado sufoco em alguns jogos e perdeu para o Celtic
(levando Rod Stewart às lágrimas).
Não houve mudanças significativas no plantel. Messi ainda
está lá. Xavi também. Iniesta tem jogado menos, mas consegue ajudar o time. A
principal alteração foi no banco de reservas. Não é mais Pep Guardiola quem
comanda o melhor time do mundo. E isso tem feito toda a diferença.
Basta assistir aos jogos e ver como o time mudou.
Sutilmente, mas mudou. Continua trocando muitos passes, mas não são tantos
quanto na temporada passada. Ainda pressiona o adversário, porém não mais de
forma sufocante. Talvez Tito Vilanova não exija 110% dos jogadores (como Pep fazia,
e talvez por isso tenha se desgastado tanto). Talvez os jogadores não o
respeitem tanto. Ou ainda talvez estas duas coisas juntas.
Eu acredito que nunca haverá um técnico tão vitorioso quanto
Guardiola. Ninguém mais vai ganhar 14 títulos em quatro temporadas. Sua
filosofia de trabalho é a que mais trouxe resultados, e ainda pregava humildade
(chegou a proibir os jogadores de andar com seus carrões). Ou seja, fazia com
que seus jogadores apenas jogassem futebol, numa era em que os que pisam nos
gramados oficiais sejam tão famosos quanto artistas e influentes quanto
políticos.
E que futebol! Todos marcavam sem a bola, e armavam com ela.
Fazia o adversário cansar. Esperava o momento certo de chutar. Fazia o máximo
de gols possível. Ninguém era estrela. Ninguém aparecia mais que os outros. E
ainda declarou que se baseou no futebol brasileiro...
Jamais haverá um técnico como Guardiola. Vencê-lo era o
grande desafio de seu maior desafeto, José Mourinho. Agora que se afastou dos
gramados, não tem mais graça ganhar do Barcelona. Até mesmo um time escocês é
capaz disso.
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