segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Será que o Pelé vai ter que morrer?


Brasileiro que é brasileiro só reconhece uma pessoa e sua importância para a sociedade quando ela morre. Com exceção de algum artista da Globo, ou alguém com dinheiro suficiente para pagar uma assessoria de imprensa, somente depois de passar desta para melhor que a pessoa pública ganha destaque na mídia e tem parte de sua obra reconhecida.

Com o Pelé a coisa é um pouco diferente. Sendo a grande personalidade esportiva brasileira, vira e mexe ele aparece na mídia. E sendo o atleta do século, está sempre presente em ações publicitárias. Além disso, tendo umas opiniões digamos, peculiares, está estampado nas capas de jornais a cada entrevista concedida.

Porém, um certo argentino chamado Messi - que vem fazendo gols aos montes, jogadas espetaculares e trazendo títulos ao seu clube – está roubando a mídia do Atleta do Século e muitos já estão comparando os dois jogadores.

Aonde eu quero chegar? Bem, considerando a cultura do brasileiro e todas as circunstâncias, eu imagino que o Pelé tenha que vir a falecer para ter o seu talento realmente reconhecido, a sua importância dignamente colocada na história do Brasil e sua majestade no futebol corroborada. Recentemente, Edson Arantes do Nascimento passou por uma cirurgia e se emocionou diante das câmeras.

Em tempo, acho o Messi espetacular. Porém, ele ainda precisa ganhar títulos, muitos títulos, para tentar chegar aos pés do Pelé. E mais: terá que vencer, no mínimo, três Copas do Mundo.

Assim, sendo, somente quando a Argentina empatar com o Brasil em títulos mundiais é que considero a possibilidade de pensar no Messi como um jogador igual ou melhor que o Pelé.

O resto é balela.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O melhor técnico de todos os tempos?


Texto originalmente publicado no blog Boteco do Esporte, da agência DuoSport. Você pode lê-lo aqui.

Há alguns meses o Barcelona não é o mesmo. Perdeu a Supercopa da Espanha, tem passado sufoco em alguns jogos e perdeu para o Celtic (levando Rod Stewart às lágrimas).

Não houve mudanças significativas no plantel. Messi ainda está lá. Xavi também. Iniesta tem jogado menos, mas consegue ajudar o time. A principal alteração foi no banco de reservas. Não é mais Pep Guardiola quem comanda o melhor time do mundo. E isso tem feito toda a diferença.

Basta assistir aos jogos e ver como o time mudou. Sutilmente, mas mudou. Continua trocando muitos passes, mas não são tantos quanto na temporada passada. Ainda pressiona o adversário, porém não mais de forma sufocante. Talvez Tito Vilanova não exija 110% dos jogadores (como Pep fazia, e talvez por isso tenha se desgastado tanto). Talvez os jogadores não o respeitem tanto. Ou ainda talvez estas duas coisas juntas.

Eu acredito que nunca haverá um técnico tão vitorioso quanto Guardiola. Ninguém mais vai ganhar 14 títulos em quatro temporadas. Sua filosofia de trabalho é a que mais trouxe resultados, e ainda pregava humildade (chegou a proibir os jogadores de andar com seus carrões). Ou seja, fazia com que seus jogadores apenas jogassem futebol, numa era em que os que pisam nos gramados oficiais sejam tão famosos quanto artistas e influentes quanto políticos.

E que futebol! Todos marcavam sem a bola, e armavam com ela. Fazia o adversário cansar. Esperava o momento certo de chutar. Fazia o máximo de gols possível. Ninguém era estrela. Ninguém aparecia mais que os outros. E ainda declarou que se baseou no futebol brasileiro...

Jamais haverá um técnico como Guardiola. Vencê-lo era o grande desafio de seu maior desafeto, José Mourinho. Agora que se afastou dos gramados, não tem mais graça ganhar do Barcelona. Até mesmo um time escocês é capaz disso.