quarta-feira, 30 de junho de 2010

Fim do sonho



Triste fim para a campanha portuguesa na Copa. Ainda na primeira fase, o time mostrava suas deficiências - não fez gols em Costa do Marfim e Brasil.

Mesmo com uma ótima defesa, capitaneada pelo goleiro Eduardo, o time não conseguia superar adversários mais fortes pelas fragilidades no ataque. Sem armador (atuando com três volantes e três atacantes) graças à lesão de Deco, não havia como superar times como a Espanha.

Como este blog anunciou antes do mundial, a ausência de Nani, atacante rápido e em excelente fase, foi um dos fatores preponderantes para o baixo desempenho. Cristiano Ronaldo ficou sobrecarregado, e ainda assim fez uma péssima campanha. Liédson, esperança de gols, perdeu a vaga para Hugo Almeida, que também pouco jogou (em quantidade e qualidade). Danny e Simão pareciam isolados no ataque, sem a movimentação e armação que demonstram nos clubes.

Os melhores de Portugal: Eduardo e Coentrão.

Veja a reportagem da imprensa portuguesa sobre o jogo.


Triste adeus português após derrota (0-1) com a Espanha
Por Redacção

A Selecção portuguesa foi esta noite afastada do Campeonato do Mundo de futebol, ao perder (0-1) com a Espanha, num jogo em que Eduardo evitou uma mão cheia de golos do adversário. A caravela dos navegadores portugueses naufragou...

A Espanha entrou em campo mandona e nos primeiros minutos por três vezes Eduardo foi chamado a intervir, de modo a evitar o golo. Portugal parecia entregar a organização do jogo à Espanha, estratégia que permitiria libertar o contra-ataque luso.

Aos 8 minutos a equipa de Queiroz deu o primeiro sinal de estar viva, beneficiando de dois pontapés de canto. Aos 20, pela primeira vez os portugueses gritaram, com falso testemunho, golo. Foi num pontapé de fora da área de Raúl Meireles. Casillas defendeu e na recarga Hugo Almeida não conseguiu o golo.

Oito minutos depois, no segundo livre marcado por Ronaldo, Casillas largou a bola e, mais uma vez, esteve à vista o golo português.

Até ao intervalo a Espanha voltou a dispor de boas ocasiões por marcar, mas a última boa oportunidade da primeira parte pertenceu a Hugo Almeida que não conseguiu desviar um cruzamento da esquerda de Raúl Meireles.

A entrada para a segunda-parte não trouxe alterações significativas à partida. A primeira ocasião de golo pertenceu a Portugal, numa jogada de Hugo Almeida em que Puyol quase traiu Casillas.

Se até aos 60 minutos a equipa de Carlos Queiroz conseguiu afasta a Espanha das imediações da grande-área, a verdade é que desde a entrada de Llorente para o lugar de Torres os espanhóis cresceram.

Eduardo ainda fez uma grande defesa, mas aos 63 David Villa aproveitou o espaço concedido no lado direito da defesa portuguesa e fez o 1-0, na recarga a um primeiro remate defendido por Eduardo.

Em desvantagem, Carlos Queiroz fez entrar Liedson e Pedro Mendes para os lugares de Simão e Pepe. Portugal tentava, então, encontrar o caminho para a baliza espanhola. O campeão da Europa, no entanto, mantinha o controlo do jogo.

Ramos, primeiro, Villa, depois, obrigaram Eduardo a novas intervenções para evitar o 2-0. Os ponteiros do relógio avançavam perigosamente para o fim e era preciso um milagre para Portugal evitar a eliminação nos oitavos de final do campeonato do Mundo.

Não houve milagre, nem houve qualquer remate português, o que, naturalmente, impossibilitava o tal milagre.

Houve ainda tempo para uma expulsão na equipa portuguesa. Ricardo Costa, em cima dos 90 minutos, viu o cartão vermelho por alegada agressão a Capdevila.

O Cabo, que já foi da Boa Esperança, voltou a ser das Tormentas. Portugal deixa o Mundial com 7 golos marcados (todos num só jogo - frente à Coreia do Norte), um sofrido (frente à Espanha) e apenas uma vitória em quatro jogos.

A Espanha vai jogar com o Paraguai nos quartos-de-final.

ESPANHA - Casillas; Sergio Ramos, Gerard Piqué, Puyol, Capdevila; Sergio Busquets, Xavi, Xabi Alonso, Iniesta; David Villa, Fernando Torres.

PORTUGAL - Eduardo; Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Fábio Coentrão; Pepe, Raul Meireles, Tiago; Simão, Hugo Almeida e Cristiano Ronaldo.

Fonte e foto: A Bola

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Classificados




Fim de primeira fase. A seleção de Portugal deixa as inseguranças para trás e se classifica para as oitavas de final, em segundo lugar.

Era consenso entre os comentaristas que a seleção portuguesa ia disputar a segunda vaga com Costa do Marfim. Só não contava que o duelo seria mais fácil a favor dos europeus. No primeiro jogo, um empate sem gols com uma boa atuação portuguesa deixava o duelo aberto. Na segunda rodada, vitória do Brasil sobre os africanos e um rolo compressor português em cima de nortecoreanos praticamente definiram os países irmãos  como classificados.

Como aspectos positivos Portugal mostrou a defesa (nenhum gol sofrido em três jogos), as surpresas Tiago e Fábio Coentrão e uma organização tática impecável, fruto da evolução do comando de Carlos Queiroz (principalmente após a derrota por 6 a 2 para o Brasil no final de 2008).

Como negativo, o ataque. Ok, o time marcou sete na Coreia do Norte, mas contra times bem armados e com maior qualidade, não balançou as redes. Há de se treinar este aspecto.

Confira o relato da imprensa portuguesa sobre o jogo de hoje.


Portugal e Brasil empatam (0-0) e carimbam passagem aos oitavos
Por Redacção

Portugal e Brasil empataram esta tarde (0-0) num jogo que confirmou o apuramento da Selecção Nacional para os oitavos-de-final e a liderança do Brasil no grupo.

Recorde aqui as incidências da partida.


Carlos Queiroz surpreendeu com a inclusão de Ricardo Costa, Pepe e Danny no onze, e a verdade é que a aposta não serviu para dar espectáculo, mas foi suficiente para conter o ataque brasileiro.

A estratégia portuguesa para a partida passou pela contenção durante a primeira parte. Afinal, a equipa de Queiroz partiu para a última jornada do grupo com nove golos de avanço sobre a Costa do Marfim, o que lhe possibilitava perder frente ao Brasil.

Com o 6-2 de há dois anos bem vivo na memória, Queiroz não arriscou. E se Portugal se dedicou a defender nos primeiros 45 minutos, a verdade é que também tentou a sorte no ataque. Ao intervalo as estatísticas eram claras: 63 por cento de posse de bola para o Brasil, 12 remates para os canarinhos e 6 para Portugal.

A melhor ocasião de golo pertenceu a Nilmar, número 21 do Brasil, que rematou para defesa de Eduardo – bola na barra, na sequência da jogada – mas também Tiago fez vibrar os portugueses, com um forte remate perto da baliza, após jogada de ataque de Fábio Coentrão.

Na segunda parte o jogo virou. Portugal acelerou e virou o jogo. Cristiano Ronaldo – hoje a jogar como homem mais adiantado – espalhou o terror com as suas rápidas incrusões ofensivas. Numa delas, Lúcio viu-se aflito para o travar e acabou por cortar para o centro da área, onde Raul Meireles quase marcou o golo que daria a liderança a Portugal. Valeu ao Brasil a defesa atenta de Júlio César.

Face ao que as duas equipas produziram e à inversão de papéis da primeira para a segunda-parte, pode considerar-se justo o empate. Até porque qualquer das equipas poderia ter ganho, mas nenhuma arriscou o suficiente para fazê-lo.

Nota de destaque na equipa portuguesa é o facto de terminar a fase de grupos sem sofrer qualquer golo. Até ver, a Selecção Nacional será o melhor ataque e a melhor defesa da primeira fase do Mundial.

O Brasil passa na primeira posição, Portugal é segundo. A Selecção Nacional joga na Cidade do Cabo, 29 de Junho, às 19.30 horas, com o primeiro classificado do Grupo H, que pode ser Chile, Suíça ou Espanha.

PORTUGAL: Eduardo, Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Fábio Coentrão, Pepe (Pedro Mendes), Raúl Meireles (Miguel Veloso), Tiago, Duda (Simão), Danny, Cristiano Ronaldo

BRASIL: Júlio César, Maicon, Lúcio, Juan, Michel Bastos, Daniel Alves, Gilberto Silva, Felipe Melo (Josué), Júlio Baptista (Ramires), Nilmar, Luís Fabiano (Grafite)

Texto e foto: Jornal A Bola

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Portugal arrasa Coreia do Norte


Após um empate amargo com a Costa do Marfim na estreia, Portugal mostrou todo seu potencial ofensivo no jogo contra a Coreia do Norte: 7 a 0.

Mais solto e com o lado esquerdo extremamente perigoso, contando com Coentrão e Cristiano Ronaldo, o time teve dificuldades no primeiro tempo, mas desencantou após o gol de Raul Meireles.

Dois aspectos positivos: a ótima atuação de Tiago, que substituiu Deco à altura (além de ter feito dois gols), e o fato de seis jogadores diferentes terem marcado: Raul Meireles, Hugo Almeida, Cristiano Ronaldo, Simão, Liédson e Tiago.

Com a vitória, e sobretudo em virtude do excelente saldo de gols, o time comandado por Carlos Queiroz está praticamente assegurado nas oitavas de final, podendo até perder para o Brasil na terceira rodada, dependendo do placar.

Portugal somente perderá a vaga se perder o jogo para o Brasil, e Costa do Marfim vencer a Coreia do Norte por uma diferença de nove gols.

Veja a matéria da imprensa portuguesa sobre a partida.

Portugal goleia (7-0) e está quase nos «oitavos»
Por Redacção

Portugal ganhou esta tarde (7-0) à Coreia do Norte e deu um passo decisivo para chegar aos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo de futebol.

Recorde aqui as incidências da partida.

Num jogo em que era fundamental marcar muitos golos, a Selecção Nacional cumpriu a obrigação. E cumpriu-a com distinção, ficando muito mais próxima de conseguir o apuramento para os oitavos-de-final (veja aqui como são as contas de um grupo em que Brasil está apurado e a Coreia do Norte eliminada).

Logo aos 29 minutos Raúl Meireles abriu a contagem, após boa jogada de entendimento com Tiago (fantástica assistência). Antes, já Portugal tinha cheirado o golo. Também os coreanos já tinham feito dois ou três remates impressionantes.

Tal como Cristiano Ronaldo previra, o tiro certeiro de Meireles abriu a torneira. Não da garrafa de ketchup mas
de golos. Foi na segunda parte que Simão marcou o segundo (53), para Hugo Almeida fazer o 3-0 aos 56.

Nesse momento a equipa soltou-se e partiu para a goleada, consubstanciada pelos golos de Tiago (60 e 89 minutos), Liedson (81) e até de Cristiano Ronaldo (87). O golo de CR7 foi caricato, tão caricato que até o capitão de equipa sorriu: a bola bateu-lhe na nuca e Ronaldo teve de andar à procura dela antes de a empurrar para o fundo da baliza.

A goleada (7-0) foi o resultado mais volumoso de sempre de Portugal numa fase final de um Mundial.

Sob arbitragem de Pablo Pozo (Chile), as equipas vão alinhar:

PORTUGAL: Eduardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Tiago, Pedro Mendes e Raul Meireles (Miguel Veloso); Cristiano Ronaldo, Hugo Almeida (Liédson) e Simão (Duda).

Suplentes: Beto, Daniel Fernandes, Paulo Ferreira, Rolando, Duda, Liedson, Danny, Miguel Veloso, Pepe e Ricardo Costa.

COREIA DO NORTE: Myong Guk; Jong Hyok, Chol Jin, Jun Il, Yun Nam e Kwang Chon; In Guk, Yong Yak e Yong Jo; Nam Chol e Tae Se.

Suplentes: Kum Il, Chol Hyok, Kum Chol, Yong Jun, Song Chol, Myong Gil, Chol Myong, Myong Won, Kwang Hyok, Kyong Il e Sung Hyok.

Fonte e fotos: Jornal A Bola

terça-feira, 15 de junho de 2010

Empate amargo na estreia



Em um jogo extremamente ruim, Portugal empatou com Costa do Marfim por 0 a 0 na partida de estreia das duas seleções na Copa da África do Sul.

O time luso foi muito bem marcado e ficou surpreendido com a aplicação tática do time africano.

As melhores chances foram criadas por Cristiano Ronaldo, que acertou uma bola na trave ainda no primeiro tempo. Os outros jogadores de ataque, Danny, Liédson e Simão, tiveram partidas ruins.

Veja o relato da imprensa portuguesa sobre o jogo.


Portugal estreia-se com empate (0-0) diante da Costa do Marfim
Por Redacção

A selecção portuguesa entrou no Campeonato do Mundo de futebol com um empate (0-0) diante da Costa do Marfim.

Recorde aqui as incidências da partida.

Num jogo muito intenso e complicado, a equipa nacional sentiu fortes dificuldades para impor o ritmo e para se aproximar com perigo da baliza da equipa africana.

A excepção, durante a primeira parte, foi um remate-bomba de Cristiano Ronaldo aos 11 minutos. A bola saiu forte e fora do alcance do guarda-redes, mas acabou por caprichosamente bater no poste e afastar-se da baliza.

Mais fortes fisicamente e debaixo de chuva intensa, os costa-marfinenses acabaram por ser, durante todo o resto da primeira parte, a equipa mais perigosa. Gervinho, ora pela esquerda ora pela direita, espalhava preocupação na defesa nacional, mas sempre sem forçar Eduardo a defesas apertadas.

Com Danny desinspirado e com os defesas laterais muito presos às acções defensivas, só na segunda-parte, com a entrada de Simão, Portugal conseguiu assumir o comando do jogo. Com o avançado do At. Madrid em campo a equipa nacional acercou-se mais vezes da baliza da Costa do Marfim.

Apesar da melhor resposta dada na segunda-parte, Portugal acabou o jogo debaixo de intensa pressão, com a Costa do Marfim à procura do golo.


As equipas alinharam da seguinte forma:

COSTA DO MARFIM – Barry; Demel, Kolo Touré, Zokora e Tiene; Eboué (Romaric), Yaya Touré e Tioté; Kalou (Drogba), Gervinho (Keita) e Dindane. Téc: Sven-Goran Eriksson

PORTUGAL – Eduardo; Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Deco (Tiago), Pedro Mendes e Raul Meireles(Rubem Amorim); Cristiano Ronaldo, Liedson e Danny (Simão). Téc: Carlos Queiroz


Fonte: A Bola
Foto: AFP

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ausência de Nani é quase trágica


Com uma contusão no ombro, o atacante Nani foi cortado da delegação portuguesa para a Copa do Mundo 2010. A notícia caiu como uma bomba para toda a imprensa, pois trata-se de um melhores jogadores de Portugal, em uma das melhores fases da carreira.


Na temporada 09/10, Nani teve a missão de substituir o compatriota Cristiano Ronaldo no Manchester United. Não o fez com todos os louvores, porém jogou bem se firmou como titular do time inglês.

Na seleção, construiu sua titularidade com atuações seguras, e contando com a queda drástica de rendimento de Ricardo Quaresma. No amistoso diante de Camarões, fez um belo gol por cobertura, o terceiro na vitória por 3 a 1.

Ainda na seleção, mostrou personalidade durante a Euro 2008. Nas quartas de final, diante da Alemanha, o time perdia por 3 a 1, quando o garoto chamou a responsabilidade e levou o time ao ataque. De um cruzamento seu, saiu o segundo gol português, de Postiga, colocando o time (ainda comandado por Felipão) de volta à partida.

Este autor ficou impressionado com aquela atuação, ofuscando o companheiro Cristiano Ronaldo, que fez uma partida apática. São nesses momentos que se vê quem é bom jogador, que não sente a pressão e busca a vitória contra qualquer adversário. Será um grande desfalque no mundial.

Foto: A Bola

Portugal preparado para o Mundial


No último amistoso antes da estreia na Copa do Mundo da África do Sul, a seleção de Portugal venceu Moçambique por 3 a 0. O jogo teve dois momentos distintos: o primeiro tempo foi ruim tecnicamente, mas no segundo o time encontrou o jogo e conseguiu marcar três gols.


Destaque para Deco, que articulou boas jogadas, inclusive a assistência do primeiro gol; Hugo Almeida, autor de dois tentos após entrar no lugar de Liédson; e Danny, autor do primeiro gol do jogo, e que parece ser o substituto mais indicado para o lugar de Nani (falaremos sobre o corte do atacante no próximo post) no ataque.

Agora o time português se concentra para o jogo contra a Costa do Marfim, no dia 15.

Veja a ficha técnica do jogo:

Moçambique 0 x 3 Portugal
Estádio Bidvest Wanderes
Árbitro Matthew Dyer (África do Sul)

Portugal: Eduardo; Miguel, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Pedro Mendes (Pepe, 76); Deco (Tiago, 60) e Raul Meireles (Miguel Veloso, 60); Danny (Duda, 86), Liedson (Hugo Almeida, 46) e Simão (Cristiano Ronaldo, 63)
Suplentes: Beto, Daniel Fernandes, Paulo Ferreira, Rolando e Ricardo Costa

Moçambique: Lamá; Campira (Zainadine, 86), Mexer, Fanuel e Paíto; Momed Hagy (Jumisse, 69), Simão, Genito (Josima, 78), Pelengue, Fumo (Armando Sá, 60) e Gerry (Tony, 88)
Suplentes: Binó, Danito, Wisky, Josimar e Miro

Marcadores: 1-0, Danny (52); 2-0, Hugo Almeida (75); 3-0, Hugo Almeida (83)

Foto e fonte: A Bola

terça-feira, 8 de junho de 2010

'Exportação' de jogadores faz Portugal virar potência na Copa do Mundo

Peguei este texto do UOL. Ficou muito bom, mostra toda a evolução do selecionado.



Rafael Krieger

Se o Brasil começasse a Copa de 1990 no mesmo grupo de Portugal, seria apenas mais um adversário. Afinal, naquele Mundial, eles nem conseguiram passar das eliminatórias. Vinte anos depois, enfrentar os portugueses logo na primeira fase tornou-se bem mais arriscado. Foi tempo suficiente para que os grandes centros do futebol descobrissem um novo celeiro de craques, o que fez a seleção lusa ganhar experiência e respeito.

Tudo isso começou justamente naquela época, há quase 20 anos, com a conquista do título mundial Sub-20, em 1991. O adversário da final foi o Brasil. A seleção que tinha Roberto Carlos, Paulo Nunes e Élber não conseguiu ganhar do time que contava com Luís Figo, e perdeu a taça nos pênaltis.

Quem comandava aquela seleção era Carlos Queiroz, o mesmo técnico que conduz Portugal em sua terceira Copa consecutiva, um feito inédito. Queiroz agora leva para a África do Sul um time que tem apenas nove dos 23 jogadores atuando no Campeonato Português.

Desde então, Luis Figo e Cristiano Ronaldo chegaram a conquistar o prêmio de melhor jogador do mundo, mas o país ainda espera por um grande título. Ao menos, a seleção consegue se manter entre as 15 primeiras do ranking da Fifa desde 2004, ano em que foi vice-campeã europeia.

A Eurocopa de 2004 foi o primeiro marco da “Era Scolari”, que teve ainda a conquista do quarto lugar na Copa de 2006. Um dos responsáveis pelo desenvolvimento do futebol local, o treinador brasileiro considera a exportação de talentos determinante para tornar o país um celeiro de craques e ajudar a desenvolver a seleção.

“Alguns dos grandes jogadores portugueses vão jogar em outros países porque a oferta financeira é bem maior que a de Portugal”, explicou Luiz Felipe Scolari ao UOL Esporte. “Com isto, ajudam a seleção com os conhecimentos que adquirem nos outros locais em que jogam”, continuou o treinador.


“Eles conhecem outras formas de dirigir equipes, outras formas de treinamento e ajudam o selecionador e os colegas que jogam em Portugal”, completou Felipão. Autor do livro Luiz Felipe, o homem por trás de Scolari, o jornalista José Carlos Freitas acompanhou a seleção de Portugal desde o começo dessa nova ascensão, e ratificou essa análise.

Para ele, o marco da evolução do futebol português foi o Caso Bosman, uma decisão judicial de 1995 que abriu as fronteiras do mercado europeu de jogadores: “Os portugueses passavam, assim, a jogar no seu dia a dia com os melhores do mundo e não apenas algumas vezes por ano, quando os defrontavam em jogos da seleção”.

“Essa aproximação quebrou as barreiras psicológicas e levou-os a pensar: ‘se jogamos ao lado deles, é porque somos tão bons quanto eles’”, observou Freitas. O pesquisador cita Luis Figo, Rui Costa, Fernando Couto, Vitor Baía, João Vieira Pinto e Pauleta como “os rostos mais importantes dessa explosão do talento português além fronteiras”.

Especialista em Felipão, Freitas não deixou de citar técnico brasileiro como um dos que mais contribuíram para o ressurgimento do futebol português. Mas a sua ressalva final sobre o trabalho dos craques e treinadores à frente da seleção reflete a grande desconfiança dos próprios jogadores da seleção atual.

“Os resultados finais, não se traduzindo em conquista de títulos, acabaram por ser bem importantes”, diz o pesquisador, referindo-se ao terceiro lugar na Eurocopa de 2000, o vice-campeonato europeu de 2004 e o quarto lugar na Copa de 2006.

É por causa dessa escassez de títulos que jogadores como o luso-brasileiro Deco fazem questão de frisar que Portugal não tem favoritismo nenhum na África do Sul. O problema é que tanto ele quanto Cristiano Ronaldo e companhia estarão lá para provar justamente o contrário.

MARCOS DA EVOLUÇÃO DE PORTUGAL
1966    Com Eusébio artilheiro, conquista o terceiro lugar na Copa do Mundo
1986    Seleção volta a disputar um Mundial, mas é eliminada na primeira fase
1991    Conquista o Mundial Sub-20, dois anos depois de levar título no Sub-19
1995    Lei Bosman abre o mercado europeu. Nomes como Figo, Fernando Couto e Vítor Baía se destacam no exterior
2002    De volta a uma Copa, time de Figo e companhia fica na fase de grupos
2004    Alcança a decisão da Eurocopa, mas perde final em casa para a Grécia
2006    Comandada por Felipão, seleção chega à semi da Copa do Mundo
2010    Joga a terceira Copa seguida e aposta no astro Cristiano Ronaldo; Brasil é adversário na primeira fase

Fonte e foto: UOL - www.uol.com.br

terça-feira, 1 de junho de 2010

Boa vitória diante de Camarões


Portugal finalmente encontrou o caminho do gol e venceu a seleção de Camarões por 3 a 1. Esta é a boa notícia. A ruim é que dois dos três gols lusitanos saíram dos pés de Raul Meireles, um meia. O outro foi de Nani, que pode jogar tanto como meia-atacante quanto como ponta. Assim, mais uma vez a esperança de gols Liédson passa em branco. E em uma chave extremamente ofensiva (com Brasil, Costa do Marfim e Coreia do Norte - cujos amistosos estão impressionando), fazer gols será mais do que imprescindível.

No mais, felicidade geral pela boa atuação de Cristiano Ronaldo, da defesa e da movimentação do time. Mas o empate sem gols contra Cabo Verde ainda não foi esquecido.

Confira a ficha técnica do amistoso:

PORTUGAL - Eduardo; Paulo Ferreira, Bruno Alves, Ricardo Carvalho e Duda; Pedro Mendes, Raul Meireles e Deco; Cristiano Ronaldo, Liedson e Simão


Suplentes: Beto, Daniel Fernandes, Rolando, Danny, Miguel, Miguel Veloso, Nani, Hugo Almeida, Ricardo Costa e Fábio Coentrão

CAMARÕES - Kameni; Mandjeck, Nkoulou, Mbia e Assou-Ekotto; Alexandre Song e Makoun; Choupo-Moting, Emana e Enoh; Etoo.

Suplentes: Souleymanou, Assembe, Rigobert Song, Bassong, Nguemo, Geremi, Gaétang Bong, Chedjou, Webo, Idrissou, Joel Matip, Aboubakar e Ndjeng.

Gols: Raul Meireles (32 e 46), Nani (81); Webó (69)