quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Gerrard, Schweinie e o flop


 Após uma temporada no Galaxy, Steven Gerrard anunciou sua saída do time de Los Angeles. Foram 27 partidas, 5 gols e 11 assistências. O time alcançou os playoffs da MLS, mas foram eliminados, nos pênaltis. Entre os que perderam estavam o próprio Gerrard e Ashley Cole, outro astro inglês.
Do outro lado do atlântico, na fria e cinzenta Manchester (adjetivos que li,  mais de uma vez, em publicações sobre a cidade), Bastian Schweinsteiger amarga a reserva do United, onde chegou há dois anos, após ser um dos destaques do quarto título mundial da Alemanha e ser apontado como referência na posição de volante.

Veja só, Bastian é um alvo em potencial do LA Galaxy para reforçar o time na próxima temporada. Um possível substituo de Gerrard em termos de mídia e talento.

Eu vejo muitas semelhanças entre esses dois casos. Ambos, prioritariamente psicológicos. Ambos conquistaram muitos títulos, dinheiro e prestígio. Ambos nasceram e jogaram por apenas um clube em mais da metade da vida. De repente, mudaram de casa, de país, de times e foram pressionados a desempenhar o futebol que os consagraram.

Detalhe: após os 30. Gerrard tem 36, Schweinsteiger tem 32.

O que eles viveram, já maduros, os jogadores sul-americanos vivem com metade da idade. Gerrard saiu de Liverpool, fria, chuvosa e inglesa. Nasceu lá, tem raízes no clube (seu primo foi morto em Highburry). Foi morar em uma cidade litorânea, ensolarada, quente e que respira status, mídia e culto a celebridades. Detalhe: Steven é avesso a badalações. Será que é por isso que Beckham deu certo?

Bastian viveu algo parecido, mas em proporções menores. O clima de Munique não é tão diferente do de Manchester. Casou-se com Ana Ivanovic, mas seu futebol jamais foi o mesmo. Anunciou aposentadoria da seleção alemã após a Euro.

No linguajar moderno do futebol, ambos foram para os clubes novos “sem fome”. E nada de anormal nisso. Como disse acima, já estavam ricos e famosos pelas proezas que conquistaram (e não foram poucas).


Mas nem por isso deixam de ser flops, ou decepções.