quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Melhores de 2014

Eis, para mim, os momentos mais marcantes no futebol nesse ano que se encerrou.

Atlético de Madri campeão espanhol – cá entre nós, foi uma campanha infinitamente superior às expectativas. Os caras foram guerreiros. Em muitos momentos, eu achava que o time ia cair de produtividade, tanto técnica quanto fisicamente. E não caíram. Chegaram à final da Liga dos Campeões e levaram a taça espanhola.

Ituano campeão paulista – quem apostou no time do interior (ou seja, ninguém) deve ter levado uma bolada. É sempre bom ver a democracia no futebol. Afasta os rumores de manipulação de resultados (embora ninguém é tonto de duvidar da existência deles). Por conta desse resultado, nenhum grande paulista foi campeão em 2014. Isso não ocorria desde 1925.

Crescimento do futebol catarinense – Avaí, Figueirense, Joinville, Chapecoense e Criciúma (este, embora rebaixado, jogou a Série A, o que não é pouca coisa) honraram o Estado de Santa Catarina perante o resto do Brasil. Palmas para a organização e planejamento, pois os times não têm craques e estrelas.

Allianz Parque, Arena Corinthians, Beira-Rio e Arena Grêmio – Duas duplas de grande rivalidade inauguraram e utilizaram seus estádios novinhos em folha em 2014 (com exceção do Grêmio, que inaugurou em 2012). É lindo ver o futebol brasileiro sendo jogado em arenas de primeiro mundo. Festa dos times e suas respectivas torcidas.

Benfica soberano em Portugal – Na temporada que se encerrou em maio de 2014, o Benfica foi campeão de todos os campeonatos nacionais que disputou. Foram eles: Campeonato Português, Taça de Portugal (vencendo o Rio Ave na final), Taça da Liga (ao bater o mesmo Rio Ave) e Super Taça Cândido de Oliveira, ao vencer, adivinhem, o Rio Ave na final. Esse último já é referente à temporada 2014/2015, mas como estamos falando do ano de 2014, está valendo. Parabéns aos encarnados.

Copa do Mundo e Mundial de Clubes (este, para mim, o melhor torneio do planeta) são hour-concours.

domingo, 21 de dezembro de 2014

O estádio do ano 2014

O troféu Estádio do Ano de 2014 vai para o Mineirão.

Foi nele, para tristeza geral da nação, que o Brasil perdeu por 7 a 1.

(nele, também, sofremos para ganhar do Chile nos pênaltis, no episódio do choro de Thiago Silva e que escancarou a falta de preparo psicológico tupiniquim).

O Mineirão foi a casa do Cruzeiro, campeão brasileiro. Alguns dos melhores jogos do time (e, por consequência, do campeonato) foram disputados lá.

O estádio foi o palco da final da Copa do Brasil. A decisão com maior rivalidade da história da competição. O Brasil parou para ver os jogos, dominados pelo Atlético-MG.

Dá-lhe Estádio Governador Magalhães Pinto! Está até no PES 2015.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Faltou psicologia ao Brasil na Copa do Mundo

Um time limitado, com poucos craques consagrados e muitos carregadores de piano. Um time que joga a maior competição do esporte, em casa, no país do futebol, uma nação que tem 200 milhões de técnicos. Um torneio esperado por anos, assistido por todos ansiosamente.

É impossível não sentir a pressão. Pior, naquele elenco, poucos haviam disputado uma Copa do Mundo anteriormente.

Aí esse time perde seu maior craque e referência. Não perde por um jogo, mas pelo resto do campeonato. Seguindo o período de azar, perde seu capitão, por suspensão. Sem lideranças, garra e técnica, só podia resultar no que ocorreu.

Felipão tem mais culpa na reunião com jornalistas (que derrubou a confiança do grupo nele) do que no trabalho com o time em si. Colocou Bernard , o substituto natural. Não sei o quanto ele motivou o garoto, que pouco produziu.

Parreira tem culpa apenas ao garantir que o Brasil seria campeão. Essa certeza pode ter tirado dos jogadores a vontade de correr atrás do prato de comida.

Quanto à escalação, ela era unanimidade na torcida. Talvez seja esse o problema. A Seleção cresce quando é criticada, deixada de fora dos favoritos ao título. O time precisa ter seu brio mexido, cutucado, desconfiado.

Eu só teria levado o Kaká para a Copa. Além de liderança técnica e psicológica, jogava bem quando convocado, ainda que em fase ruim na Europa. Não levaria Robinho, pois para mim ele parecia desinteressado no futebol. O mesmo com Ronaldinho Gaúcho.

O Brasil teve sorte em encarar rivais fracos na primeira fase. E mais sorte ainda em ter jogado com rivais sulamericanos nas oitavas e nas quartas. A camisa pesou contra Chile e Colômbia. E a realidade se mostrou de verdade contra Alemanha e Holanda.

Perder de 7 a 1 foi um absurdo. Perderia com NEymar e Thiago Silva em campo. Mas não seria tão humilhante.Talvez empatasse e levasse aos pênaltis. Raça, vontade e a torcida a favor poderiam igualar o duelo. Mas a falta de confiança, o medo de perder e a frustração de não ter a âncora (Neymar) vieram à tona com o gol de Muller.

Para mim, é a psicologia o maior diferencial no futebol. A Alemanha jogou tranqüila e solta, fez turismo, pegou praia, e ainda assim não deixou de treinar e competir. O Brasil, sempre acostumado ao mata-mata (graças à fórmula do Brasileirão até 2002), foi campeão nas últimas duas vezes tendo que provar ao mundo seu valor. Foram times desacreditados antes das competições e saíram campeões. Em 2014, só passou a ser questionado após o segundo jogo, contra o México. Tarde demais.