quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Faltou psicologia ao Brasil na Copa do Mundo

Um time limitado, com poucos craques consagrados e muitos carregadores de piano. Um time que joga a maior competição do esporte, em casa, no país do futebol, uma nação que tem 200 milhões de técnicos. Um torneio esperado por anos, assistido por todos ansiosamente.

É impossível não sentir a pressão. Pior, naquele elenco, poucos haviam disputado uma Copa do Mundo anteriormente.

Aí esse time perde seu maior craque e referência. Não perde por um jogo, mas pelo resto do campeonato. Seguindo o período de azar, perde seu capitão, por suspensão. Sem lideranças, garra e técnica, só podia resultar no que ocorreu.

Felipão tem mais culpa na reunião com jornalistas (que derrubou a confiança do grupo nele) do que no trabalho com o time em si. Colocou Bernard , o substituto natural. Não sei o quanto ele motivou o garoto, que pouco produziu.

Parreira tem culpa apenas ao garantir que o Brasil seria campeão. Essa certeza pode ter tirado dos jogadores a vontade de correr atrás do prato de comida.

Quanto à escalação, ela era unanimidade na torcida. Talvez seja esse o problema. A Seleção cresce quando é criticada, deixada de fora dos favoritos ao título. O time precisa ter seu brio mexido, cutucado, desconfiado.

Eu só teria levado o Kaká para a Copa. Além de liderança técnica e psicológica, jogava bem quando convocado, ainda que em fase ruim na Europa. Não levaria Robinho, pois para mim ele parecia desinteressado no futebol. O mesmo com Ronaldinho Gaúcho.

O Brasil teve sorte em encarar rivais fracos na primeira fase. E mais sorte ainda em ter jogado com rivais sulamericanos nas oitavas e nas quartas. A camisa pesou contra Chile e Colômbia. E a realidade se mostrou de verdade contra Alemanha e Holanda.

Perder de 7 a 1 foi um absurdo. Perderia com NEymar e Thiago Silva em campo. Mas não seria tão humilhante.Talvez empatasse e levasse aos pênaltis. Raça, vontade e a torcida a favor poderiam igualar o duelo. Mas a falta de confiança, o medo de perder e a frustração de não ter a âncora (Neymar) vieram à tona com o gol de Muller.

Para mim, é a psicologia o maior diferencial no futebol. A Alemanha jogou tranqüila e solta, fez turismo, pegou praia, e ainda assim não deixou de treinar e competir. O Brasil, sempre acostumado ao mata-mata (graças à fórmula do Brasileirão até 2002), foi campeão nas últimas duas vezes tendo que provar ao mundo seu valor. Foram times desacreditados antes das competições e saíram campeões. Em 2014, só passou a ser questionado após o segundo jogo, contra o México. Tarde demais.

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